A Desigualdade salarial entre mulheres e homens em Portugal aumentou 70,65% em apenas cinco anos, o maior agravamento da discriminação em toda a Europa.
De acordo com um relatório da Comissão Europeia divulgado ontem, Dia da Igualdade Salarial, em Portugal, as mulheres ganhavam, em 2012, menos 15,7% do que os homens, mais 6,5 pontos percentuais do que a diferença de 9,2% em 2008.
Segundo dados da agência europeia de estatística, Eurostat, a diferença é mais acentuada no sector privado-e também a maior na Europa.
Nas empresas com dez ou mais empregados, as mulheres ganham menos 29,4% do que os homens, destacando-se as artes e espectáculos (57,1%) e a industria manufatureira (-31,5%). No sector público, a diferença é de 13,5%.
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| Mulheres Portuguesas trabalham 65 dias de "graça" |
Apesar de a diferença ter diminuído 0,9% em cinco anos, em média, o salário auferido pelas mulheres na UE é inferior em 16,4% ao dos homens, o que significa que trabalham 59 dias de graça (65 em Portugal).
Embora 17 países tenham registado diminuições nas diferenças salariais (destaca-se a Lituânia, que desceu nove pontos, de 21,6% para 12,6%), seis estados-membros da UE mantêm diferenças superiores a 20%. Destaca-se a Estónia, com 30%, seguida da Áustria (23,4%) e da Alemanha (22,4%).
Do conjunto de países da UE, 15 mantêm discriminações superiores a 15% (Portugal é o mais baixo neste clube) e 22 ainda acima dos 10%. O mais igualitário é a Eslovénia, com apenas 2,5% de diferença, que já era de apenas de 4,1% em 2008, já então a menor de todos.
Estas desigualdades contrariam com as qualificações das mulheres, destaca o relatório. Em 2012, em média, 83% das europeias jovens tinham pelo menos o diploma do ensino secundário, contra 77,6% dos homens, e representavam 60% dos diplomas universitários.
A discriminação estende-se às taxas de emprego na UE , que são de 63% para as mulheres e de 75% para os homens entres os 20 e os 64 anos.
As diferenças reflectem-se em reformas inferiores. Por consequência, em 2012, 21,7% das mulheres com 65 ou mais anos enfrentavam o risco de pobreza, contra 16,3% dos homens.
Publicado por: Alfredo Maia
Data da publicação: 1/03/2014
Fonte: Jornal de Notícias

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